segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

3 - CANCER DA PRÓSTATA, DEMASIADO DIAGNOSTICADO E DEMASIADO TRATADO

Quando o cancro (ou cancer em Inglês) aparece na próstata, é normalmente aquilo a que os médicos chamam "cancro primário", o que significa que não se espalhou para outras partes do corpo. Começa na próstata e fica-se pela próstata. Se a sua próstata aumentou,  hiperplasia da próstata (HPB), não significa que virá a ter cancro da próstata. Não há evidência de espécie alguma que as duas doenças estejam relacionadas.



O cancro da próstata é uma das formas de cancro menos compreendido porque na verdade não sabemos o que o provoca. O que sabemos é que o cancro da próstata aparece principalmente em homens de mais idade. Um pouco mais de 80 por cento destes cancros são em homens com mais de 65 anos, e à volta dos 80 anos, cerca de 80 por cento dos homens têm alguma forma de cancro da próstata. Muitas vezes estes cancros mantêm-se inactivos durante anos antes de se notarem sintomas - e muitos homens podem nunca vir a ter sintomas. Apesar disso, a Sociedade Americana para o Cancro indica que cerca de 10 por cento de homens americanos virão a ter cancro da próstata em algum período da vida.



Nunca é demasiado tarde para tomar conta da sua própria saúde




Este Programa de Oito Etapas foi criado para poder ajudar a evitar que venha a ser uma dessas estatísticas. Mas mesmo se já o tiverem diagnosticado como sofrendo de cancro numa fase inicial, este programa pode ajudá-lo. Não lhe estamos a dizer que deixe de visitar os seu urologista ou médico de clínica geral, mas pedimos-lhe que lhe fale de como estas recomendações podem ser inseridas no seu regime de tratamentos. Quando o fizer, vai ver que tem mais opções do que pensava.



As simples mudanças de estilo de vida que lhe indicamos mais adiante neste livro podem reduzir em grande parte ou até eliminar quaisquer sintomas que já estejam presentes. E se for um caso avançado que necessite uma forma de tratamento convencional, este programa pode ajudá-lo a aliviar as dores e a melhorar o efeito do tratamento.



PSA - uma prova controversa para detectar o cancro



Se tiver problemas da próstata, o seu médico provavelmente vai querer utilizar a prova do antigene específico da próstata (PSA) para determinar se os seus problemas são devidos a um cancro - a maior parte dos médicos fá-lo. Este teste ao sangue mede o nível duma proteína que só se encontra na próstata. Se a prova tiver como resultado um nível alto de PSA, suspeita-se um cancro.



Temos de lhe dizer que, recentemente, a prova do PSA tem sido atacada. O problema é que pode dar resultados positivos quando não há cancro nenhum ou resultados negativos quando há cancro. Por isso, segundo um artigo recente na revista Health, muitos investigadores e alguns médicos americanos agora acham que "os resultados do PSA ... representam um instrumento pouco sofisticado e podem dar origem a uma operação que pode desnecessariamente estragar os seus tubos."



Deve concordar em fazer a prova?



Então o que é que faz se o seu médico quiser utilizar o PSA no seu caso? Este é um duro problema. Para homens que têm dores e outros sintomas - homens que podem estar nas fases terminais de cancro - o teste pode ser necessário. Mas se estiver nas fases iniciais de cancro que se limita à próstata, talvez passe melhor sem o fazer.



Os resultados positivos do PSA podem encorajar o seu médico a convencê-lo a fazer uma operação e a submeter-se a outros métodos radicais que pura e simplesmente não são necessários se o seu tumor for pequeno ou limitado à próstata. Como diz a revista Health, "É por esta razão que o Instituto Nacional do Cancro não sanciona as provas PSA ... Isto não é como cortar o cabelo. É um teste ao sangue sobre o qual os homens devem saber alguma coisa antes de o fazer."



O melhor que o seu médico pode fazer pelos seus problemas da próstata é nada. Você, por outro lado, deve dar-se conta de que há muita coisa que pode fazer agora mesmo para reduzir drásticamente os seus sintomas - e até para os eliminar de todo. Na maior parte dos casos, o cancro da próstata pode ser controlado com uma dieta apropriada, exercício e terapias naturais - os pilares do Programa em Oito Etapas. Mas antes de chegar aos pormenores deste programa, tem que perceber como se desenvolve o cancro da próstata.



Cancro da próstata - de A a D



Nos Estados Unidos da América usa-se o sistema Whitmore-Jewitt para classificar o potencial maligno do cancro da próstata durante o progresso da doença do estado A ao D.



O cancro no estado A encontra-se geralmente só quando a biópsia é feita para o que se pensa ser HBP. Um tumor no estado A está geralmente limitado à glândula prostática. Não se espalhou por nenhuma outra parte do corpo - o que o torna relativamente passivo. O cancro no estado A raramente produz sintomas e não se pode detectar com um exame ao recto ou um teste ao sangue. O resultado é que geralmente passa despercebido.



Alguns médicos esperam arranjar um teste que permita detectar o cancro neste estado - mas nós esperamos verdadeiramente que não consigam. Se os médicos conseguirem detectar o cancro da próstata tão cedo, só dará lugar a mais medo, mais infelicidade e mais operações desnecessárias a homens mais jovens que de outro modo levariam vidas normais.



O cancro no estado B também está confinado à próstata. Aparece à apalpação como um nódulo duro e por isso é detectável com um exame digital rectal. Se o tumor detectado for pequeno, é sub-categorizado como um cancro B1. Um tumor maior é sub-categorizado como um B2. Os sintomas são os mesmos que para HBP - uma necessidade frequente e urgente de urinar e um fluxo interrompido ou reduzido - mas por vezes não há sintomas nenhuns.



Vinte a trinta por cento dos homens a quem é diagnosticado o cancro da próstata entram na categoria do estado B. Se é um deles, pedimos-lhe vivamente que não deixe o seu médico convencê-lo a fazer tratamentos radicais. Primeiro fale-lhe do Programa de Oito Etapas. Se ele continuar a bombardeá-lo, procure outro médico - ou pelo menos peça uma segunda opinião. Procure um médico que esteja qualificado para utilizar este método que se aplica a todo o corpo - um método que é muito, muito mais eficaz a longo prazo do que a filosofia de cirurgia-e-medicamentos - a única filosofia de demasiados médicos americanos.



O cancro no estado C é maior e já não se limita à próstata. Em geral, isto significa que o tumor já se espalhou para os sacos seminais. Este estado é facilmente detectado com um exame rectal. O tumor é duro e ao tacto parece ter-se espalhado por trás da base da próstata e por cima através dos testículos. Os sintomas podem ser parecidos com os do cancro no estado B mas em geral são mais pronunciados - e podem ser dolorosos.



É importante lembrar que o cancro da próstata cresce lentamente. Apesar de que a terapia hormonal e à base de radiações são muitas vezes sugeridas para o cancro da próstata no estado C, nenhuma produz tantos benefícios como os tratamentos alternativos ou complementares. A medicina alternativa incorpora ervas e maneiras naturais de aumentar a sua própria imunidade para impedir que os tumores se espalhem. É aqui que a medicina de Ayurveda, homeopatia e acupunctura podem ter um papel importante no controlo da doença.



O cancro no estado D já se espalhou para além da próstata a outras partes do corpo. Um tumor no estado D1 só se espalhou até à região dos nódulos linfáticos na pélvis. Um tumor no estado D2 é ainda mais sério porque se espalhou a outras zonas, como por exemplo os pulmões e ossos.



Os sintomas do cancro no estado D incluem sérios problemas durante a micção, perda de peso, e dores nos ossos nas costas, em baixo, na pélvis e na parte de cima das coxas. O cancro no estado D não pode ser curado - mas pode ser controlado sem cirurgia.

2 - AS COMPLICAÇÕES DA PRÓSTATA NÃO TÊM DE SER UMA PARTE NORMAL DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

Quando jovem, ou até quando se é um adolescente, pode-se ficar dolorosamente ciente da próstata quando se sofre o primeiro ataque de prostatite, uma inflamação da glândula prostática muito comum e facilmente tratada que pode ser causada por infecções, congestão, irritação ou uma combinação das três coisas. Segundo um estudo feito pelo Centro Nacional de Saúde para as Estatísticas da Saúde, 20% a 25% de todas as visitas ao urologista são devidas a uma prostatite. Os sintomas desta condição incluem uma micção mais frequente e dolorosa e um fluxo urinário hesitante.



A prostatite aguda é causada por microorganismos ou bactérias que invadem a próstata. Muitas destas infecções são causadas por bactérias que passam através do sangue ou são causadas por uma fraca higiene pessoal (especialmente em homens não circuncidados). Outra causa comum de prostatite (como por exemplo prostatite fungíca ou prostatite gonorreica) é o contacto sexual com alguém que tenha uma infecção vaginal - mais uma razão para utilizar preservativos. Por outro lado, não se conhece a causa da prostatite não infecciosa.



Além da prostatite, outro problema comum da próstata é a hipertrofia, também conhecida como Hiperplasia Prostática Benigna (HBP). Segundo as estatísticas, a HBP aparece em mais de 50% dos homens com mais de 50 anos, em mais de 75% dos homens com mais de 80 e em 90% dos homens com mais de 90 anos. Na maior parte destes casos, os sintomas não são sérios e pode ser tratada com êxito sem medicamentos - por vezes até sem ver um médico. Há então alguma razão para se fazerem mais de 300.000 operações a casos de HBP por ano?



Há alguma razão para que centenas de milhares de homens que já estão a sofrer os problemas da meia-idade tenham que ser sobrecarregados com impotência, infertilidade e incontinência?



A resposta é simples: Não!



Causas possíveis e factores de risco



Ninguém sabe exactamente porquê ou como se desenvolve a HBP, apesar de que sabemos que as mudanças hormonais são um factor contribuinte. Uma teoria aponta o dedo para o estrogénio, a hormona feminina que é produzida em pequenas quantidades juntamente com a testosterona pelos testículos. À medida que se envelhece, o nível de testosterona diminui - possivelmente causando o aumento do nível de estrogénio e HBP. Por outro lado, há quem acredite que a HBP é causada

pela acumulação de demasiada testosterona. Uma vez que entra na próstata, a testosterona é convertida em dihidrotestosterona (DHT) pela redutase-5-alfa. Tem-se verificado que este potente composto pode causar uma excessiva multiplicação das células, o que pode eventualmente dar origem a uma próstata hipertrofiada.



No início, a HBP pode não causar qualquer tipo de problemas. Muitos homens vivem com a condição até aos cinquenta, sessenta e tal anos com muito poucos sintomas - desde que o crescimento da próstata tenha tendência a ser para fora, ou principalmente para fora, na direcção oposta à da uretra prostática. O problema aparece quando o crescimento se espalha para dentro. Quando isto acontece, a próstata faz pressão contra o canal da uretra, o que interfere com a micção. Os problemas assim causados podem ser desde aborrecidos até sérios. Incluem uma necessidade mais frequente de urinar (especialmente à noite), um fluxo de urina mais fraco, micção hesitante, micção gota a gota, sensação de ardor ou desconforto durante a micção, incapacidade de urinar, traços de sangue na urina, ou sangue no sémen.



Os cientistas ainda não foram sequer capazes de indicar quais os grupos de risco para a HBP, apesar de que há indicações de alguns factores de risco associados com esta condição. Se tem mais de 50 anos e toma medicamentos para a hipertensão, anti-histamínicos ou medicamentos para gripes, há indicações de maior risco. Além disso, urina alcalina, tuberculose e uma história de infecções da bexiga e dos rins também têm sido ligados a um maior risco de HBP.



Quando o crescimento da próstata faz pressão contra as paredes da uretra de modo a seriamente diminuir o fluxo urinário, o problema torna-se sério. Esta condição chama-se uropatia obstrutiva (HBP). A esta altura, a bexiga não é capaz de se esvaziar completamente. A urina que fica na bexiga pode por isso dar origem a infecções o que causa um maior esforço para o sistema imunitário e agrava o problema existente. A contínua obstrução urinária pode eventualmente dar origem a insuficiência renal, infecções na bexiga ou pedras nos rins.



Como saber se tem HBP?



O sintoma mais óbvio de HBP são problemas com o fluxo urinário. Se tiver alguma das complicações com a micção que mencionámos acima, pode ter prostatite ou HBP. Se for a um urologista com qualquer destes sintomas, provavelmente vão-lhe fazer um dos exames que se seguem:



a) Exame rectal digital (ERD). É uma prova de rotina para diagnosticar o cancro da próstata. No entanto, também é utilizado para determinar se há problemas no recto. Uma vez que o recto está colocado imediatamente atrás da próstata, os médicos podem facilmente explorar a glândula introduzindo um dedo no recto e apalpando para detectar anomalias.



b) Ultra-sons. Um ultra-som transrectal da próstata (TRUS-P) é utilizado para obter uma imagem completa da glândula prostática. As imagens são projectadas no ecrã dum computador à medida que as ondas sonoras atravessam a próstata. O resultado é evidência visual de hipertrofia ou tumor.



A cirurgia quase nunca é a solução



A HBP pode ser dolorosa, mas sabe-se que mesmo os sintomas em homens com HBP obstrutiva variam no tempo, melhorando espontaneamente. Muitas vezes a condição pode ser gerida com sucesso só com supervisão médica - sem medicamentos ou cirurgia invasiva. O programa de tratamentos pode ser adaptado para as necessidades individuais de cada um. Não tenha medo de fazer perguntas ao seu médico - e não deixe que o convençam a fazer operações desnecessárias.



Em alguns casos, é necessário operar pacientes com HBP. Há uma indicação certa para a cirurgia - obstrução completa ou quase completa do fluxo urinário. Se a retenção urinária não for tratada imediatamente, pode dar origem a grandes complicações médicas. Como disse acima, a obstrução urinária contínua pode dar origem a infecções da bexiga, dos rins e danificar os rins permanentemente. Por isso quando se deixa de urinar ou a micção causa grande dor, cirurgia para remover a obstrução é a principal forma de terapia.



Não fique desencorajado se isto se aplica a si, ou se já foi operado. O programa em Oito Etapas pode ajudá-lo a manter a saúde da sua próstata e evitar que necessite de uma nova operação. Também é óptimo para aliviar os efeitos secundários duma operação que já tenha sido feita.



Hoje em dia, a ressecção transuretral da próstata (TUR/R) é grande parte das mais de 400.000  operações feitas por ano. Esta operação cirúrgica elimina partes da próstata através duma incisão feita na parte de dentro da uretra.



Cerca de 20 por cento dos pacientes que se sujeitam a esta operação terão que ser forçados a submeter-se à mesma uma segunda vez e 10 por cento ficam impotentes, segundo estudos elaborados nos Estados Unidos.