O efeito do excesso de açúcar
Nestes últimos 20 anos, assim como a ingestão
de açúcar proveniente de comida processada aumentou incrivelmente, também a
frequência de diabetes explodiu, levando muitos investigadores a implicar o
excesso de açúcar na actual epidemia de obesidade existente. De facto,
trabalhos recentes sugerem que o xarope de milho de frutose – uma forma de
açúcar frequentemente encontrada em comida processada como bebidas suaves – é
convertido a gordura muito mais rapidamente que a glucose natural.
Ainda assim, os efeitos negativos do excesso
de açúcar começam ainda antes de este ser armazenado como gordura. O açúcar é a
fonte principal de energia para a maior parte dos cancros e o cancro na
próstata é um deles. As células normais em geral podem-se adaptar a um ambiente
baixo em açúcar usando outras fontes de energia – o processo desenvolvido pela
evolução quando as pessoas entravam em longos períodos de escassez e fome. No
entanto, as células cancerosas, que crescem mais rápido que as células normais,
não possuem a mesma habilidade para adaptarem-se em ambientes baixos em
açúcares. Logo, quanto maior o excesso de açúcar consumido, maior será o
estímulo para o tumor se desenvolver. De facto, vários estudos em animais
sugerem que o corte no consumo de açúcares simples pode abrandar em muito o crescimento do cancro na próstata.
O consumo excessivo de açúcar é ainda ligado
ao crescimento do cancro na próstata através das suas interacções com a
insulina. Quando em consumo de açúcar, o corpo produz insulina, o que ajuda na
decomposição do açúcar, assegurando que o açúcar é armazenado conforme a
necessidade. Quando se consome demasiado açúcar e o corpo produz constantemente
níveis altos de insulina para ajudar no seu processamento, as células podem
ficar imunes aos efeitos da insulina, resultando em níveis demasiados altos de
açúcar no sangue – um sinal comum de síndrome metabólico e um forte factor de
risco para diabetes. Além disso, níveis de altos de insulina têm sido
implicados com um risco aumentado de diabetes, de doença cardíaca e
desenvolvimento de cancro na próstata, independentemente da sua interacção com
açúcar.
Juntando todas esta evidências, a investigação
científica começa a sugerir que quanto mais açúcares processados você comer,
mais altos serão os seus níveis de insulina e maior a probabilidade do seu
cancro na próstata crescer.
Ainda assim, cortar no consumo de açúcar é
apenas um de vários passos importantes a dar. Estudos em animais com cancro na
próstata têm demonstrado que praticar uma restrição calórica na dieta pode
abrandar muito o avanço da sua doença. Mantendo uma dieta saudável e começando
um regime regular de exercício físico não só lhe irá ajudar a alcançar e manter
o seu peso que sempre sonhou, mas também lhe poderá ajudar a abrandar o
crescimento de cancro. Trabalhar com um conselheiro nutricional qualificado irá
ajudá-lo a identificar comidas “boas” e “más”, enquanto trabalhar com o
fisiologista qualificado irá ajudá-lo a desenvolver um regime que o manterá em
boa forma física.
Juntar tudo isto
A dieta moderna e o estilo de vida sedentário
poderão levar à acumulação de tecido adiposo, o que, por sua vez, poderá
contribuir para o desenvolvimento de inflamação e aumento dos níveis de
insulina. Ao mesmo tempo, uma dieta mais calórica, rica em açúcares e
pro-inflamatória pode promover doenças crónicas relacionadas com a idade e
poderá provar uma ligação importante entre nutrição e o desenvolvimento e
progressão de cancro na próstata. Até as mais pequenas mudanças na composição
corporal através de mudanças nas escolhas dietéticas ou através de exercício físico
regular poderão ser altamente benéficas – tem sido demonstrado que uma pequena
perda de 5% de peso pode diminuir os marcadores inflamatórios até 30% em
pacientes diabéticos obesos e também pode reduzir os níveis de insulina em 20%
em pessoas não diabéticas. Enquanto o peso excessivo tem sido associado com
cancros na próstata mais severos e rapidamente progressivos, até 60% dos homens
com peso corporal normal e com uma cintura com tamanho mediano carregam tecido
adiposo em excesso à volta do abdómen. Concentrando-se numa dieta diária
rica em antioxidantes, baixa em substâncias pró-inflamatórias e cancerígenas e,
ainda, baixa em açúcares simples/processados – acompanhado de um regime
de exercício físico regular – poderá fazer uma diferença crucial no melhoramento
da saúde de qualquer doente de cancro na próstata.
Pontos Chave a Lembrar
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1. A oxidação e a
inflamação são dos maiores contribuintes para o desenvolvimento do cancro na
próstata
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2. As substâncias
anti-inflamatórias e antioxidantes encontrados em frutos coloridos e em
vegetais contra-actuam o dano causado pela oxidação e inflamação
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