sexta-feira, 28 de novembro de 2025

INCONTINÊNCIA URINÁRIA em homens

 Por que muitos homens ignoram os sintomas?

Incontinência urinária em homens é a perda involuntária de urina, que pode ir de pequenas “gotas” na cueca até episódios em que o homem não consegue segurar a urina a tempo de chegar à casa de banho.
Em qualquer grau, não é “normal da idade” e merece atenção médica, porque muitas vezes está ligada a alterações da próstata, do músculo da bexiga ou dos nervos que controlam a micção.



Muitos homens ignoram os sintomas, antes de mais, por vergonha. A urina está ligada a intimidade, masculinidade e controlo do próprio corpo; perder urina é sentido como sinal de fraqueza, “coisa de bebé” ou de pessoa muito idosa e dependente. Por isso, muitos preferem esconder o problema, usam pensos discretos, passam a escolher roupas escuras e evitam falar até com a parceira ou o médico de família. O tema quase não aparece em conversas entre amigos, o que reforça a ideia de tabu.
Outro motivo é a desvalorização dos primeiros sinais.
Gotejar um pouco depois de urinar, levantar-se mais vezes à noite para ir URINAR ou ter uma urgência ocasional, são vistos como algo passageiro, resultado de “beber muita água”, “andar nervoso” ou simplesmente “estar a ficar velho”.
Como não há dor forte e os sintomas surgem de forma lenta, o homem adapta a rotina: vai ao wc antes de sair, evita viagens longas, reduz líquidos à noite. Em vez de procurar a causa, vai contornando o problema.
Há ainda o medo do diagnóstico.
Muitos associam qualquer queixa urinária imediatamente a cancro da próstata ou a necessidade de cirurgia, sonda, impotência e perda total de controlo. Esse medo paralisa. Em vez de encarar a consulta como oportunidade de esclarecer, a pessoa prefere “não saber”, acreditando que, se não fizer exames, nada grave será encontrado. Isso atrasa o diagnóstico de problemas que, quando tratados cedo, costumam ter soluções simples.
A falta de informação também pesa.
Grande parte das campanhas de incontinência e de saúde do pavimento pélvico é dirigida às mulheres, sobretudo após a gravidez e a menopausa. Cria‑se a ideia de que perdas de urina são um problema “delas”, não deles. Muitos homens nem imaginam que existem exercícios específicos, fisioterapia pélvica, medicamentos e cirurgias pouco invasivas que podem reduzir ou mesmo eliminar as perdas. Sem saber que há saída, pensam que não vale a pena falar.
Por fim, há o fator cultural: o homem é educado para “aguentar firme”, não se queixar, ser forte. Reconhecer que perdeu controlo da urina parece, para alguns, admitir uma derrota.
Essa mentalidade faz com que procurem ajuda apenas quando o quadro está avançado e já limita seriamente o trabalho, o convívio social, a vida sexual e a autoestima.
A mensagem central para qualquer homem deve ser clara:
-Notar perdas de urina não é motivo para vergonha; é um sinal do corpo a pedir avaliação e quanto mais cedo falar com um médico (idealmente um urologista), maiores são as hipóteses de controlar o problema e recuperar qualidade de vida.

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